domingo, 23 de janeiro de 2011

Soneto da felicidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive)
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

(Vinicius de Moraes. Livros de letras. Cia. Das Letras).

O Tempo e o Amor

Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba.
Atreve-se o tempo a colunas de mármore quanto mais a corações de cera!
São as feições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito.
São como as linhas, que partem do centro para a circunferência, que quanto mais continuadas, tanto menos unidas.
Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor tão robusto, que chegue a ser velho.
De todos os instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o tempo.
Afrouxa-lhe o arco com que já não atira; embota-lhe a seta, com que já não fere; abre-lhe os olhos, com que vê o que não via; faz-lhe crescer as asas, com que voa e foge.
A razão natural de toda essa diferença é, porque o tempo tira a novidade às cousas: descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas.
Gasta-se o ferro com o uso quanto mais o amor! O mesmo amar é causa de não amar, e o ter amado muito, de amar menos.

(Sermões)

Como se tratar a grosseria

O colunista Sidney Harris acompanhava um amigo à banca de jornal.

O amigo cumprimentou o jornaleiro amavelmente, ma como retorno recebeu um tratamento rude e grosseiro.

Pegando o jornal que foi atirado em sua direção, o amigo de Sidney sorriu atenciosamente e desejou a o jornaleiro um bom final de semana.

Quando os dois amigos desciam pela rua, o colunista perguntou:

- Ele sempre te trata com essa grosseria?
- Sim, infelizmente é sempre assim.

- E você é sempre tão atencioso e amável com ele?
- Sim, sou!

- Por que você é tão educado, já que ele é tão rude com você?
- Porque não quero que ele decida como eu devo agir!

Nós somos nossos "próprios donos".

Não devemos nos curvar diante de qualquer vento que sopra, nem estar à mercê do mal humor, da mesquinharia, da impaciência e da raiva dos outros!
Não são os ambientes que nos transformam, e sim nós que transformamos os ambientes.

Ninguém pode estragar o seu dia a menos que você permita!

Pense nisso!!!